Aprender brincando: jogos e situações-problema que fazem sentido

A rede municipal promoveu uma formação aos Professores Municipais dedicada à Matemática Crítica, abordagem que coloca o estudante como protagonista da própria aprendizagem, em diálogo com os desafios reais do cotidiano. Durante o curso, os docentes aprofundaram conhecimentos sobre como desenvolver o raciocínio lógico e a autonomia por meio de situações-problema significativas — isto é, problemas que fazem sentido para a vida dos alunos, conectados a contextos familiares, escolares e comunitários.

A ludicidade foi apresentada como recurso pedagógico central. Jogos, brincadeiras e atividades interativas permitem que a Matemática seja vivida antes de ser formalizada, reduzindo barreiras, estimulando a curiosidade e favorecendo a experimentação. Quando a criança joga, negocia regras, estima resultados, compara estratégias, registra tentativas e analisa acertos e erros, ela pratica conteúdos matemáticos de forma concreta, prazerosa e intelectualmente desafiadora.

A formação também evidenciou a importância de um ambiente investigativo: perguntas abertas, hipóteses registradas, diferentes formas de chegar ao resultado e socialização das estratégias. Ao tornar visíveis os raciocínios, a escola valoriza a autoria dos estudantes e consolida a aprendizagem de modo significativo e duradouro.

A Matemática Crítica propõe uma mudança de foco: da repetição para a compreensão, da memorização isolada para o uso funcional do conhecimento, da resposta única para a pluralidade de estratégias. Com isso, a rede municipal espera ganhos concretos em três dimensões complementares:

- Formação do pensamento lógico e autônomo: Os estudantes aprendem a ler, interpretar e modelar problemas do dia a dia, articulando conceitos, operações e representações (tabelas, desenhos, esquemas, gráficos). Com orientação do professor, a turma aprende a planejar, testar e revisar caminhos, desenvolvendo autonomia intelectual e segurança para tomar decisões.
- Criatividade, colaboração e comunicação: Ao trabalhar com jogos e projetos, a sala de aula torna-se um espaço de cocriação. Resolver um desafio implica conversar, comparar estratégias, argumentar com base em evidências e respeitar diferentes pontos de vista. A Matemática, assim, amplia sua função social: além de calcular, os alunos comunicam raciocínios e constroem conhecimento de forma coletiva.
- Vínculo com a realidade e melhoria do desempenho: Quando os problemas têm propósito claro e estão conectados à vida do estudante, o engajamento cresce e os resultados acompanham. A avaliação, nesse contexto, é vista como processo contínuo: observa-se a evolução das estratégias, a precisão nos registros, a qualidade das justificativas e a transferência do que foi aprendido para novas situações.

Por fim, os participantes refletiram sobre o papel do educador como mediador: alguém que observa, escuta, provoca perguntas, acolhe tentativas e celebra percursos, não apenas resultados. Quando a escola reconhece o esforço e dá visibilidade à caminhada do estudante, a Matemática deixa de ser fonte de ansiedade e se torna um campo fértil de descoberta e realização.

A rede municipal segue investindo em formações continuadas que valorizam o trabalho docente, fortalecem a aprendizagem e aproximam a escola do cotidiano das crianças. Com a Matemática Crítica, a mensagem é clara: aprender pode — e deve — ser significativo, desafiador e divertido.

Leonardo Constancio,
Assessor de Imprensa.

Prefeitura Municipal de Albertina/MG
Felipe Teodoro Sanches, Prefeito
 

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